O
verdadeiro peso do racismo no dia a dia
Data:
10/06/2018
Categoria:
Mulher Negra
Diante do cenário do país, não tem como ignorá-lo.
Para que a gente se una ao coro contra a discriminação, a COSMO convida você a
ler estes textos
Por
Karoline Gomes no Cosmopolitan
reprodução/Cosmopolitan
“Eu não serei livre enquanto
houver mulheres que não são, mesmo que suas algemas sejam muito diferentes das
minhas.” No dia 14 de março, a vereadora Marielle Franco
(Psol) usou essa frase da escritora e ativista americana Audre Lorde para
encerrar sua participação na roda de conversa “Mulheres Negras Movendo Estruturas”, que
ajudou a organizar na Casa das Pretas, no Rio de Janeiro. Horas depois do
evento, ela foi assassinada a tiros dentro de seu carro na Rua Joaquim
Palhares, no bairro do Estácio. O motorista Anderson Pedro Gomes também foi
baleado e morreu.
Marielle faz parte de uma triste
estatística. Nasceu no país em que a mortalidade das mulheres negras vem crescendo
– 22% em dez anos, enquanto a mortalidade de mulheres brancas diminuiu 7,4% no
mesmo período, de acordo com o Atlas da Violência 2017, feito pelo Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Oriunda do Complexo da Maré, mãe,
lésbica, ativista política.
Marielle era muitas em uma só,
mas há um traço de identificação imediata para a maioria das brasileiras, que é
sua negritude. Ela não pôde escapar de suas próprias amarras enquanto tentava
libertar outras de nós. Mas, mesmo não estando presente fisicamente, deixou uma
lição, como boa professora que era, sobre a importância de ouvir, compreender e
acolher mulheres negras no feminismo. Pensando nisso, convidamos outras
mulheres negras que atuam em diferentes vertentes para falar sobre racismo,
luta e desafios que enfrentam.
Quem disse que o Brasil não é racista?
Talíria
Petrone, 32 anos, vereadora do PSOL e amiga de Marielle Franco, Niterói (RJ)
“Se existisse
igualdade racial, não seria necessário afirmar que a vida das negras e negros
importa, costuma dizer Angela Davis [feminista e ativista americana dos
direitos civis dos negros] àqueles que acusam haver suposto sectarismo na
expressão `black lives matter¿ [`vidas negras importam¿, em tradução livre]
como alternativa a `all lives matter¿ [`todas as vidas importam¿, em tradução
livre]. A situação do Brasil é exemplar do racismo que elimina as vidas negras.
Vivemos num país onde o Estado racista promove a exclusão social, o
encarceramento e o genocídio dos negros. São negros dois terços dos mais de 700
mil encarcerados, como são negras 71% das pessoas assassinadas. A miséria no
Brasil é negra. Não por acaso, era preta a pele da vereadora do Psol Marielle
Franco, assassinada junto de Anderson Pedro no Rio de Janeiro, na noite de
14/3. Foi um crime político. Marielle denunciava o Estado racista em um Rio de
Janeiro sob intervenção federal militar na segurança pública. Ela temia o
incremento do encarceramento e do genocídio num Rio de Janeiro onde são negros
78% dos mortos pela polícia e 72% da população carcerária. Marielle era
relatora da comissão da Câmara Municipal para acompanhar a intervenção federal
no Rio. O mandato socialista e libertário da mulher negra, favelada e lésbica
era uma ofensa àquele ambiente conservador, machista e LGBTfóbico da Câmara. Se
existisse igualdade racial no Brasil, Marielle não teria sido assassinada. Se
não houvesse racismo, Marielle estaria viva. Assim como estariam vivas e livres
gerações e gerações de jovens negros no nosso país. Por Marielle e pelos
milhares de negros e negras executados por ano em nosso país e no mundo é que
ainda se faz tão necessário afirmar que a vida das negras e negros importa,
sim.”
Cotas: por que precisamos?
Larissa Santiago, 30 anos, publicitária, feminista
e coordenadora do site Blogueiras Negras, Salvador
“A história começa lá na escravidão:
quando a população negra passou pelo processo de libertação (protagonizado por
ela própria, diga-se de passagem). Apesar da abolição, não houve nenhuma medida
que reparasse os anos de cativeiro. Ao contrário, imposições como a lei de
terras, a do sexagenário e outras foram escritas para que a população negra não
tivesse acesso a bens essenciais para sua sobrevivência. A educação foi um dos
grandes pontos estratégicos: uma lei complementar à Constituição de 1824
proibia pessoas negras de frequentar escolas porque eram consideradas doentes,
com moléstias contagiosas. Essa lei funcionou até 1889 (data da Proclamação da
República), impedindo o acesso da população negra a avanços que só a educação
pode dar. Isso tem reflexo na nossa posição na sociedade brasileira e o porquê
das cotas. Elas nada mais são do que reparação por longos anos de exclusão de
acesso a um direito básico, que é a educação. E aí você diz: `Mas então por que
não há luta por melhoria e acesso na educação pública básica? Sim, há! Essa
reivindicação é, sobretudo, nossa, já que são nossos filhos pretos que
frequentam as creches e as escolas públicas. Mas o nosso desejo não fica na
base: foram anos de exclusão, e precisamos garantir acesso em todos os níveis.
Então, as cotas na universidade são o pagamento dessa dívida que o Brasil tem
com a população negra. É esse o pensamento, e por isso é importante mantermos a
discussão, cumprirmos a lei e denunciarmos as fraudes que têm sido tão
recorrentes pelo Brasil afora. Fraude nas cotas é crime!”
A apropriação cultural explicada
Rosa Luz,
22 anos, graduada em Teoria, Crítica e História da Arte pela UnB e youtuber do
canal Barraco da Rosa, Brasília
“A apropriação
cultural pode ser vista como um apagamento de determinada cultura a partir de
uma relação vertical de poder, em que a cultura dita dominante inferioriza
costumes de outros grupos considerados inferiores por ela mesma. Praticar a
descolonização do nosso corpo e ideias é fundamental para entendermos nosso
lugar de fala que, por sua vez, é fundamental para que possamos enxergar a
cultura do outro com respeito, pois, se você entende o seu espaço na sociedade
de maneira crítica, dificilmente irá objetificar e inferiorizar outras culturas
diferentes da sua. Assim, é possível não praticar a apropriação para
diminuirmos o apagamento de identidade que muitas pessoas sofrem. Eu, enquanto
travesti negra da periferia e artista, peço que vocês tenham respeito pelas
identidades e culturas que são diferentes das suas para não cometermos os
mesmos erros que artistas brancos europeus cometeram ao retratar a colonização
em países do continente africano e da diáspora de maneira romantizada.
Colocaram a cultura da branquitude como ideal. Provocaram o genocídio de
culturas e línguas consideradas inferiores para o branco colonizador. Hoje,
mulheres brancas usando turbante são consideradas estilosas e lindas, enquanto
mulheres negras com a mesma peça são marginalizadas e sofrem até mesmo preconceito
religioso. Outro exemplo de apropriação cultural atual é como o grafite vem
sendo incorporado nas galerias e narrativas burguesas das artes visuais. É só
olharmos para a exposição incrível do artista Jean-Michel Basquiat que rola nas
grandes capitais brasileiras: enquanto a crítica burguesa aplaude de pé seus
trabalhos que dialogam com o grafite, expostos em espaços aos quais a maioria
branca tem acesso, vemos, ao mesmo tempo, uma demonização da mesma arte quando
é nas ruas.”
Ofensas ao nosso cabelo é racismo
Preta
Araújo, 25 anos, youtuber de beleza negra, São Paulo
“As pessoas podem
não entender a necessidade de afirmação da beleza do cabelo crespo, mas ela é
muito importante. Desde muito jovem, uma criança negra de cabelo crespo é
submetida a vários procedimentos para deixá-lo bom na tentativa de ser mais
aceita pela sociedade. Essa mesma criança sempre escuta Prende esse cabelo, Abaixa um pouco, Está muito armado, dentre tantas falas que, embora
socialmente sejam vistas como inofensivas, são, na verdade, racistas e
fundamentais para a não aceitação da pessoa como negra. É muito fácil falar que
a diversidade de cabelos na mídia não é necessária quando você sempre se viu
representada esteticamente e nunca sofreu esse tipo de discriminação. O racismo
desumaniza, nos faz criar rejeição ao nosso próprio corpo. É importante
reafirmar a beleza do cabelo crespo para que cada vez menos negros sofram por
causa de algo genético, é importante saber que termos como cabelo de palha de
aço, cabelo ruim ou cabelo duro são racistas e que assumir os cabelos
naturais vai além da estética. É questão de resistência e autoafirmação da
beleza na diversidade. Cabelos não precisam ser domados. Cabelos precisam mais
de liberdade e de menos racismo.”
O reverso não existe
Amarílis
Costa, 25 anos, mestranda em Humanidades, Direito e outras Legitimidades na USP
e cofundadora do projeto Preta e Acadêmica, São Paulo
“O racismo tem
muitos significados. Específica e cientificamente, é uma estrutura ideológica,
social e até mesmo política que discrimina e segrega alguns indivíduos em
detrimento de outros. Especialmente ao que se refere à população negra, o
racismo é um sistema perverso, que tem vários reflexos e que chega até esse
grupo de diversas formas. As relações sociais de um indivíduo negro são
marcadas pelo racismo desde o início de sua vida. Por isso é importante apontar
que é uma ferramenta para a manutenção de poder, de dinheiro e de um status quo
de privilégios. Portanto, para que a palavra `reversão¿ possa ser usada dentro
do mote do racismo, uma série de violências e opressões deveria estar sendo
também vivida por pessoas brancas. As questões do dia a dia estabelecem um
paralelo perfeito para justificar a inexistência do racismo reverso: pessoas
brancas jamais são tolhidas do mercado de trabalho por terem traços africanos,
não são perseguidas por seguranças em lojas por representarem um perigo, não
têm sua religião, fé e crenças tidas como o mal do mundo. A ideia do racismo
reverso é falaciosa e também violenta, pois dizer que os brancos poderiam
padecer do mesmo racismo histórico, supostamente direcionado dos negros a elas,
é mais uma forma de silenciar a narrativa das pessoas negras e nunca observar
suas dores.”
Tem que ter mais representatividade
Jéssica
Queiroz, 24 anos, cineasta, diretora premiada no Festival de Brasília do Cinema
Brasileiro por Peripatético (2017), São Paulo
“Não tem como falar
de representatividade na frente das câmeras sem falar como funciona todo o
sistema por trás da imagem que vemos no cinema, TV e publicidade. Dos 142
filmes lançados comercialmente (filmes que foram para salas de cinema), 74,4%
foram dirigidos por homens brancos, 19,7% por mulheres brancas, 2,1% por homens
negros e 0,0% por mulheres negras, de acordo com dados da Agência Nacional de
Cinema (Ancine). Se olharmos só para o Brasil e consideramos que, segundo o
IBGE, 54% da população brasileira é negra, a porcentagem de diretores deveria
estar errada, não é? O problema se estende para a produção do filme, que, se
não tiver pessoas negras nos locais de decisão, corre risco de ter um elenco
majoritariamente branco, ou teremos negros com papéis estereotipados, como
bandido, empregada doméstica, favelado, escravo. Não acho que não devemos ter
esses personagens, mas como eles são criados? Qual a complexidade? Costumo
falar que um bom personagem tem características de alguém que você conhece a
fundo, que trazem aquela identificação no cinema: `Nossa, essa mina parece com
fulana! No nosso cinema e na TV, eu nunca consegui ter esse grau de empatia e
conexão com personagens negros na tela. Por quê? Porque são escritos e
dirigidos por pessoas que não estão inseridas naquele universo e não têm o grau
de empatia (ou pesquisa) necessário para escrever personagens não
estereotipados. Temos diretoras, roteiristas, fotógrafas, atrizes negras
competentes e queremos espaço para contar nossas histórias, para que sejam
vistas, e que a sensação do `Nossa, parece comigo!¿ seja mais frequente. E essa
coisa de se ver na tela é uma necessidade do público. Pantera Negra, filme com
maioria de negros no elenco, diretor negro, equipe técnica predominantemente
negra, arrecadou mais de 1 bilhão de dólares no mundo todo; no Brasil, foram 25
milhões de dólares. Consumir? Consumimos. Queremos nos ver? Obviamente esses
dólares não mentem.”
Não use estereótipos para representar os negros
Cristiane
Sobral, 43 anos, atriz e escritora, autora do livro Não vou mais lavar os
pratos (Dulcina), Brasília
“Estereótipos
incrustados no imaginário social do que representam pessoas negras, tais como
empregadas domésticas, motoristas, porteiros, cozinheiras, seguranças,
sambistas – só para citar alguns -, são originários das concepções racistas de
desumanização e subalternização de pretos e pardos que vigoram no país desde o término
oficial do escravismo, ocorrido há apenas 130 anos. Estereótipos desumanizam
pessoas. São generalizantes, superficiais e têm bases irracionais. Pessoas
possuem identidades múltiplas e móveis, mas a população negra ainda não está
inclusa na vida pública, morre mais e de forma violenta, possui péssimas
condições de empregabilidade, educação, saúde e acesso aos bens culturais.
Pensando assim, dá pra entender o termo `minoria¿. Aprendemos a ver e tratar os
afro-brasileiros de maneira depreciativa. Quantos pretos e pretas estão nas
salas de aula das escolas particulares? Quantos médicos negros você conhece?
Parlamentares negros? Juízas negras? Escritoras negras? Poderia elencar um
sem-fim de perguntas a confirmar a alarmante condição de invisibilidade dos descendentes
de africanos sistematicamente desumanizados e com escassas oportunidades de
contar sua versão da história e mudar a própria realidade. Concepções de
inferioridade racial ainda povoam o imaginário pautado por um referencial de
brancura como sinônimo da ascensão social: o estereótipo.”
Blackface é racismo, não homenagem
Natália
Romualdo, 25 anos, e Maristela Rosa, 26 anos, jornalistas e youtubers do canal
Papo de Preta, Juiz de Fora (MG)
“Quantas vezes você
já viu a personagem `Nega Maluca¿? Ela é uma mulher negra, encarnada por homens
brancos, que se pintam de preto e a boca de vermelho, colocam enchimentos de
peito e bunda enormes, usam perucas black power e, não raramente, uniforme de
empregada. Em Juiz de Fora, Minas Gerais, existe um bloco de Carnaval chamado
Domésticas de Luxo. Nele, homens brancos se vestem de Nega Maluca e desfilam,
há 60 anos, com o respaldo de toda a sociedade racista. Esse mesmo bloco foi
tombado como Patrimônio Cultural da cidade. A Nega Maluca traz uma mensagem
clara: mulheres negras não são bonitas, seu corpo e traços são dignos de
gargalhadas! Como se sentir representada ou homenageada pela personagem? A
fantasia racista ainda revela uma prática antiga e perversa: o blackface. O
termo é em inglês, porque ele teve início nos Estados Unidos, no século 19. Se
tornou popular em teatros de variedades, onde atores brancos pintavam a pele
com carvão para interpretar personagens negros preguiçosos, trapaceiros, burros
e de caráter duvidoso. A prática racista se popularizou, chegando à TV e ao
cinema. Além da ridicularização, o blackface é cruel, pois tira as escassas
oportunidades que teríamos de ocupar esses espaços de arte, onde poderíamos
representar a nós mesmos, minando nossas chances de trabalho. Não temos nada
contra o humor, mas ele deve ser usado para divertir, sem ofender ou
ridicularizar qualquer um. Afinal, corpos negros não são piada e racismo não
tem graça!”
Racismo disfarçado de elogio
Xan
Ravelli, 38 anos, youtuber do canal Soul Vaidosa, São Paulo
“Segundo a ONU, o
racismo no Brasil é estrutural e institucionalizado. Ele perpassa todas as
nossas relações sociais, naturalizando comportamentos e dizeres carregados de
herança escravocrata. Quando criança, os adultos próximos à minha família
tinham hábito de elogiar minha irmã, que é negra de pele mais clara, chamando-a
de `mulata¿ e enfatizando quanto ela estava ficando bonita e encorpada. Mulata não é elogio, e a hipersexualização de crianças negras não tem nada de
lisonjeiro. Comigo era diferente: tenho a pele bem escura e, como a maioria das
negras retintas, não me enquadro no estereótipo da mulata. Os elogios eram: Você tem traços finos, Não, você não é negra, é uma morena bem escura. Para
a sociedade, eu devo ficar feliz, grata e entender como elogio o enaltecimento
de tudo aquilo que me faz ser lida como `não tão negra¿. Temos o famoso Você é
uma negra muito bonita, sendo que uma mulher branca é apenas uma mulher
bonita, deixando nítido que o padrão de beleza normalizado é a branquitude.
Nunca se falou tanto sobre representatividade e quebra de padrões, mas é
importante nossa presença não apenas em situações de serviço mas ocupando todos
os espaços com proporcionalidade relevante para que nossa estética, beleza,
cabelo e cor de pele sejam naturalizados. Mulheres negras querem ser elogiadas
como mulheres, e apenas isso.”
Morena não, negra
Helaine
Martins, 37 anos, jornalista, criadora do projeto Entreviste um Negro e
cofundadora da Idánimo Comunicação (consultoria negra, feminista e LGBTQ+),
Belém
“`Ah, mas você nem
é tão negra assim¿. Eu levei um susto ao ouvir isso da minha chefe quando pedi
que retificassem a minha cor nos documentos de admissão no trabalho. Ao lado da
minha foto, que não deixa dúvidas, dizia branca. E essa não foi a primeira vez.
Nem será a última. Passei a vida ouvindo que eu era morena, `marrom bombom, da cor do pecado… Todos os tipos de eufemismo que suavizassem ou minimizassem
o peso do que acreditam ser uma ofensa: ser negra. Cresci com esse sentimento
internalizado. De que ser negra – e todo o pacote que vem junto, como meu nariz
largo e meus cachos que cresciam para cima – era feio, ruim. Logo, ser chamada
de morena era um elogio e, portanto, mais agradável aos olhos dos outros. E
essa é uma forma de racismo tão velada e perversa que por muito, muito tempo
nada disso me pareceu um problema. Somente cinco anos atrás, com o comentário
da minha ex-chefe e quando comecei os estudos sobre gênero e raça, é que
despertei para a minha negritude e, principalmente, para o que significa ser
uma mulher negra na nossa sociedade. Hoje, tenho muito orgulho de saber que o
meu corpo negro é um corpo político. Eu não aceito mais ser tolerada. Eu não
sou morena, sou negra.”
A
mortalidade de negras no brasil cresceu 22% em dez anos, enquanto a de brancas
diminuiu 7,4% no mesmo período
Fonte:
Atlas da Violência 2017
Também
houve aumento na proporção de mulheres negras entre o total de mulheres vítimas
de mortes por agressão: 65,3% das mulheres assassinadas no Brasil são negras
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