Não se trata apenas de ignorar cerca de 100 milhões de pessoas. O Brasil ignora suas origens, suas leis de inclusão e sua possibilidade de futuro...
É inacreditável a sem-vergonhice e a falta de consideração pelo respeito e integridade social e psicológica de milhões de não brancos e negros brasileiros. Somos totalmente ignorados, nem sequer lembrados em 98% dos comerciais das maiores empresas e justamente as ditas sustentáveis, na sua insidiosa e intolerante propaganda contra a estética e valorização da pessoa não branca no Brasil. Trata-se de uma luta, de uma determinação e projetos bem articulados para não se mostrar não brancos e negros nos meios de comunicação e entretenimento brasileiros.
Trata-se de exclusão total e totalitária. Não se mostram ou aparecem negros em comerciais de alimentos, bebidas, perfumes, produtos para crianças (incrível, onde vai a auto estima de quem é discriminado e não tolerado ainda na primeira idade), ou outros quaisquer produtos, com raras exceções.
Quando aparecem negros, é sempre em posição de desvantagem, por últimos, com notável tempo menor de exposição. Atentem para o comercial infantil hello kitty. Um grupo de garotas, brancas, se encontram para um desafio, a La Michael Jackson. Após todas entrarem em cena, chega claramente atrasada uma garota negra. Permanece no comercial uns 1,5 segundos e desaparece, prevalecendo a dança vazia das demais beldades mirins.
Gente, é muita covardia para com tantas crianças não brancas e negras que este pais e o mundo tem. Pelo menos se mantivesse a criança até o final junto com as outras. Trata-se de moda/brincadeira infantis, o mercado é muito difuso e somos uma nação não branca, latinoamericana, com fortes e determinantes raízes africanas.
O único grupo de empresas que ainda utilizam modelos negros é a telefonia. Usam negros e negras em posição de destaque e igualdade. Talvez e certamente há algum estudo ou analise dos inteligentes de plantão autorizando as mesmas. E estes estudos não servem para bancos principalmente. Nem os bancos oficiais utilizam negros. É incrível, somos sócios e donos de tais bancos e ainda assim nos discriminam...
O comercial de uma cervejaria prima pelo ridículo e absurdo. Um bando de rapagões brancos sorteiam suas irmãs e namoradas. Outro anunciam musicas para crianças, outro veículos, outro imóveis. Todos para pessoas brancas, é a mensagem implícita e explicita nestes comerciais. Na teve. Todas as TVs. Todas as mídias no Brasil, todas.
O famigerado programa Todos odeiam o Chris devia ser banido no horário em que passa. O garoto é massacrado por brancos, numa desnecessária incitação ao ódio e segregação raciais, quando no próprio pais de origem a guerra foi vencida pela inclusão. Esta TV, inclusive com raízes religiosas deveria ser mais criteriosa na escolha deste programa, que faz apologia ao racismo e ao bullying.
O tal de new sertanejo ou sertanejo pop é indecente. Apenas brancos, conforme falou o popular cantor Daniel quando da morte do seu amigo negro, que todas as gravadoras e pessoas rejeitam o João Paulo por causa da sua cor.
O que não estamos percebendo é que, com este estética absurda de pais nórdico, nós, uma nação de negros, estamos relegando milhões de pessoas a violência, segregação, baixa estima e oportunidades. A estética é crença, não é fim. Enxergamos o belo onde queremos, onde a maioria enxerga. Não podemos relegar nossa população negra e não branca (aqui precisa ser nórdica) a planos inferiores e outros desmerecimentos. Isto é exclusão, é baixa sustentabilidade. Preservar o planeta é preservar os homens. Todos os homens, independente de sua cor, etnia, crença, língua. A salvação pode estar em qualquer coisa ou gesto ainda não compreendido. Mídia brasileira, governos, sociedade, empresas, peloamordedeus, acordem!
Interessante notar que a falsa percepção de que há inclusão racial no Brasil é apenas dos grupos alienados. Talvez nem eles. A ONU compreende o estado de guerra civil que nossa amada pátria vive. A guerrilha urbana nas ruas e morros do rio de janeiro, onde um cristo necessariamente branco domina, ganha jornais e monitores do mundo todos os dias. Os incêndios criminosos nas favelas de são Paulo que a TV mostra, com repórteres brancos e desinteressados, retratam esta guerra, que o  governo local e governos próximos, fingem que não existe, e ela tem fundo racial. Será assim, conforme  escreveu Helio jaguaribe:  pelos idos de 2010, despontam nos horizontes, sérios conflitos raciais, enfrentamento motivado pela falta de oportunidades, preconceitos e segregação. Eles estão ai. Cadê o estatuto da igualdade racial, a cotas em todas as áreas segregadas? O são Paulo fashion week, foi pioneiro em propor uma cota de modelos negros, rechachado pelas grifes filhas da mãe nativas. As belíssimas modelos negras brasileiras, no catalogo da Victoria Secret não são sequer mencionadas pelas sites e revistas de moda deste pais. Trata-se, sim, de mau caratismo deste parcela da população, dourada e milionária, sem celebro, que apenas gostam e repetem discursos de inclusão sem olhar o próprio umbigo.
O mais impressionante e triste é ver pessoas, que no seu estado humano, não seriam rascistas, assumindo atitudes e discursos racistas, a trabalho. São zumbis, espalhando o ódio e a intolerância. Cantando belas musicas e repetindo a exaustão, hinos de ódio e segregação. Vivemos um inferno maior, desesperadamente maior que o inferno americano de até os anos 60. Nossas crianças, no nascedouro são mortas e isoladas pela cor da pele. É a eliminação, silenciosa, o holocausto a moda do Hitler com os judeus: todos vêem e todos calam, no fundo porque, é o desejo de todos. O perigo é este: desaparecem-se com os negros e não brancos da TV, dos jornais, da noticia, do emprego e das oportunidades. Depois desaparecem-se com eles pela degradação e morte, simples eliminação física, ninguém vai importar, é um povo que não existe, como nos escritos de j Veiga, Borges, marques e outros mestres. Duvidam? Leiam as estatísticas do assassinados diariamente. A maioria são negros. Jovens negros, no melhor período de reprodução. Neste pais, é muito perigoso nascer negro.