Eleições 2020: aumenta número de candidatos autodeclarados
negros
Dados são do Tribunal Superior Eleitoral
As
eleições municipais de 2020 registram o maior número de candidatos negros,
segundo estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Juntos, pretos e
pardos são considerados negros, de acordo com classificação utilizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e representam 49,94%
das candidaturas, ao totalizar 276.091 registros.
Levantamento
feito pela Agência Brasil, com dados do TSE disponibilizados na
última sexta-feira (9), mostra que do total de candidatos com registros
validados pela Justiça Eleitoral, 218.071 (39,45%) se declararam pardos e
58.017, pretos (10,49%). Esta é primeira vez, desde o início da coleta
de informações de raça, em 2014, que os candidatos brancos não representam
a maioria dos concorrentes às vagas eletivas.
Segundo
o TSE, os candidatos brancos correspondem a 48% (265.353) no pleito de 2020. Os
dados são variáveis, já que dependem da validação das candidaturas pelos juízes
eleitorais e podem mudar mesmo depois das eleições. Ao todo, 552.840
candidaturas foram registradas pelo tribunal. Nas eleições municipais de 2016,
52,4% dos candidatos eram brancos e 47,8%, negros.
Apesar
da mudança no panorama racial dos candidatos, as mulheres permanecem em larga
desvantagem. Do total de candidatos negros, 186.881 são homens e 89.210 são
mulheres. De acordo com dados divulgados pelo Movimento Mulheres Negras, em 2016 o número de
eleitas, tanto para vereadoras quanto para prefeitas, não chegou a 5%.
A
principal faixa etária dos candidatos está entre 40 e 49 anos. O partido com
maior número de negros é o PSD, com 19.590 candidatos, seguido pelo PP, com
17.735, e o PT, com 17.692 registros de candidatos.
Divisão
de recursos
Em
setembro, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que partidos
políticos terão que dividir recursos do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha (FEFC) e o tempo de rádio e televisão entre candidatos brancos e negros nas eleições municipais deste
ano.
Para o
ministro Ricardo Lewandowski, a nova regra não vai trazer prejuízos para os
partidos. Ele disse que a medida contribui para a construção de “uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social,
livre de quaisquer formas de discriminação”.
Edição: Graça Adjuto
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