"Não quero esse preto dentro da loja", diz empresária racista a entregador em Campo Grande
O entregador negro, Joaquim Azevedo, conta que as ofensas racistas começaram quando o homem estava separando a entrega da empresária. Em relato ao G1, afirma: "ela saiu alterada me xingando fora da loja, sendo que eu estava apenas separando os materiais dela. Alguns policiais vieram, falando que ela estava muito nervosa, quando ela disse que estava só mandando esse preto guardar as mercadorias dela’".
De acordo com o relato escandaloso, que conta com a confirmação de testemunhas, na volta para deixar as entregas na loja: "ela se dirigiu à funcionária dela e disse que não queria esse preto dentro da loja. Logo depois, me expulsou de lá".
A testemunha presente afirmou à TV Morena que a situação foi inadmissível. "Ela estava muito nervosa e disse que aquele preto não ia entrar na loja. Isso não é aceitável nos dias de hoje, tratando um ser humano como lixo e ainda sendo racista", afirmou.
Joaquim registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento (Depac) Centro. Constatou-se que se tratava de um crime de racismo, e a empresária foi presa, devendo passar por audiência de custódia nesta quarta.
Atualização em 16 de dezembro: a comerciante foi solta na manhã desta quarta, após pagamento de fiança no valor de 10 salários mínimos.
Esse caso é uma das faces aberrantes do racismo no Brasil, presente nas relações de trabalho e a serviço de precarizar ainda mais a vida do povo negro, superexplorado, em prol dos lucros capitalistas. Situações como essa se reforçam com a extrema direita de Bolsonaro e Mourão no governo, que negam o racismo no Brasil, e também com a polícia e o Judiciário racista que garantem a violência e a impunidade do Estado.
Ao mesmo tempo, no ano da fúria negra nos Estados Unidos, é preciso se inspirar no caminho da luta de classes para enfrentar toda opressão, as reformas e ajustes que atacam o povo negro e a classe trabalhadora nesse regime do golpe
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