Imprensa internacional destaca origem humilde de Joaquim Barbosa


Agência O Globo
Publicação: 23/11/2012 09:22 Atualização:  republicamos apenas agora, pela perenidade do assunto…
Pois é, antes de ser a gloria é o mais refinado retrato de como este pais é RASCISTA, como o estado brasileiro é discriminador, arrancando  negros das escola, espalhando sofrimento e invisibilidade. Vejam a merda do Big Brother: apenas brancos. É um acinte, uma violência e cabe a nos negros as ações de danos coletivos contra estes brancos rascistas. Não esqueçam, invisibilidade gera violência e discriminação.

A posse de Joaquim Barbosa como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) repercutiu na imprensa internacional, que ressalta já nos títulos das reportagens o fato de o ministro ser o primeiro negro a assumir o comando da mais alta corte do país. Todos lembraram a origem humilde de Barbosa, o mérito do ministro para chegar ao cargo e a atuação dele como relator do processo do mensalão.

Com o título “O primeiro presidente negro da Corte cativa o Brasil”, a reportagem publicada na página da internet do jornal argentino “La Nación” fala em uma “incrível história de superação” que converteu o ministro em um modelo social. Segundo o texto, a chegada de Joaquim Barbosa ao comando da mais alta Corte do Brasil é mais um sinal da grande transformação pela qual está passando o país. Diz ainda que a posse foi uma cerimônia história e, após citar a origem de Joaquim Barbosa, filho de um pedreiro e uma ex-empregada doméstica, relembrou a atuação do ministro no julgamento do mensalão.

“Sua história de superação pessoal e de seu protagonismo no chamado ‘julgamento do século’ o transformou nos últimos meses em um tipo de ídolo justiceiro da sociedade (…). A cerimônia de sua ascensão à presidência do Supremo Tribunal Federal foi seguida com lágrimas por muitos no país, onde 51% da população é de cor negra”, diz o texto da reportagem, citando ainda o currículo de Joaquim Barbosa, que fala espanhol, inglês, francês e alemão, fez doutorado na Sorbonne, em Paris, lecionou nas universidades de Columbia e da Califórnia, e hoje, apesar dos problemas no quadril e nas costas, ainda toca piano e violino em seu tempo livre.

O jornal espanhol “El País” afirma que a posse do relator do processo do mensalão foi especial por seu simbolismo e também reafirmou o mérito do ministro.

“Chegado ao topo do poder judiciário do país por seus próprios méritos e por um currículo impecável, o que fez com que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva o escolhesse para fazer parte da mais alta Corte de Justiça, Barbosa esteve rodeado ontem por representantes dos três poderes, liderados pelo presidente da República, Dilma Rousseff”, publicou o jornal, que relembra que Joaquim Barbosa é o mais velho de nove filhos.

Após informar que o ministro condenou à prisão líderes importantes do PT, o jornal diz que o temperamento dele é considerado forte e polêmico.

“O centro de seu discurso não tratou sobre a cor de sua pele, nem ele se apresentou como o líder do poder negro no país. Ele disse que a essência da justiça é a ‘igualdade’, o que faz com que todos os brasileiros ‘são iguais perante a lei’, mas que isso ‘ainda não existe’, já que ‘nem todos são tratados igualmente em processos judiciais’”.

O jornal francês “Libération” foi outro veículo que lembrou a atuação de Joaquim Barbosa como relator do mensalão, informando que ele condenou três ex-colaboradores próximos de Lula. O jornal, no entanto, não citou os nomes do ex-ministro José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.

“O juiz de origem humilde leva a mão de ferro desde agosto o maior processo de corrupção do país. Durante uma cerimônia com mais de 2.000 convidados do mundo da política, jurídico, de artistas e ativistas negros, foi confirmado como chefe da mais alta instância judiciária do país de 194 milhões de habitantes, onde os negros e mestiços são a maioria, mas continuam a estar no fundo da escala social, 124 anos após a abolição da escravatura”, publicou o jornal.

O jornal americano “The Washington Post” também diz que, num país da dimensão do Brasil e com tamanha população descendente de africanos, Joaquim Barbosa é o único negro a servir no STF. O jornal publicou que ele ganhou renome nacional e internacional com o julgamento do processo do mensalão.