Morre historiador
Joel Rufino dos Santos
Publicado há 6 dias - em 4 de
setembro de 2015 » Atualizado às 16:42
Categoria » Afro-brasileiros e suas lutas · PORTAL GELEDES
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Detentor de três prêmios Jabuti e autor
de mais de 50 livros, o escritor e historiador Joel Rufino dos Santos era um
nome de referência em cultura afro-brasileira.
Nascido no Rio em 1941, pensador escreveu mais de 50 livros e se destacou na luta pela democracia e pela cidadania |
O pensador enveredou também pela
dramaturgia ao longo de sua prolífica carreira. Levam sua assinatura três peças
teatrais e duas minisséries para a TV. O Tribunal de Justiça de Estado do Rio
de Janeiro (TJRJ) comunicou, nesta sexta-feira, o falecimento de Rufino dos
Santos, que era também diretor-geral de Comunicação e de Difusão do
Conhecimento (DGCOM).
O historiador morreu, aos 73 anos, em
decorrência das complicações de uma cirurgia cardíaca realizada no dia 1º de
setembro. O corpo de Joel Rufino será cremado ainda nesta sexta-feira em
cerimônia reservada a parentes.
Rufino dos Santos deixa a esposa Teresa
Garbayo dos Santos, os filhos Nelson e Juliana e os netos Eduardo, Raphael,
Isabel e Victoria.
O presidente do TJRJ, desembargador
Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, lamentou a morte do profissional exemplar e
amigo em uma nota.
“É uma grande perda para o Tribunal de
Justiça, para os meios intelectuais e professores. Uma alma generosa. Que ele
descanse em paz. Vamos guardar do professor os melhores exemplos. A nós, Joel
Rufino vai deixar a semente do seu exemplo, de um homem dedicado ao humanismo e
a causa pública”, escreveu Ribeiro de Carvalho, ressaltando que, à frente da
DGCOM desde fevereiro deste ano, Rufino dos Santos promoveu iniciativas
inovadoras vinculadas à causa pública e à cidadania, entre elas, o desenforcamento
de Tiradentes e a realização de um baile charme no próprio tribunal.
Filho de pernambucanos, Rufino dos
Santos nasceu no ano de 1941 em Cascadura, bairro da Zona Norte, onde cresceu
apreciando a leitura de histórias em quadrinhos. Referência na literatura sobre
a cultura africana no país, ele escrevia desde criança, mas só teve seu
primeiro livro publicado em 1963. Ainda jovem entrou para o curso de História
da antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a sua
carreira de professor, dando aula no cursinho pré-vestibular do grêmio da faculdade.
Convidado pelo historiador Nelson
Werneck Sodré para ser seu assistente no Instituto Superior de Estudos
Brasileiros (ISEB), lá conviveu com grandes pensadores, e foi um dos co-autores
da História Nova do Brasil, um marco da historiografia brasileira. Com o golpe
de 1964, Rufino dos Santos, por sua militância política, precisou sair do
Brasil, asilando-se na Bolívia, depois no Chile. Com o exílio, não só
interrompeu a sua vida acadêmica, como também não participou do nascimento do
seu primeiro filho, que se chama Nelson em homenagem ao seu mestre e amigo.
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Voltando ao Brasil, viveu
semi-clandestino, e foi preso três vezes. Na última , cumpriu pena no Presídio
do Hipódromo, de 1972 a 1974. As cartas, muitas, que escreveu para Nelson,
foram, mais tarde, publicadas no livro “Quando eu voltei, tive uma surpresa”,
ganhador do Prêmio Orígenes Lessa, em 2000, para jovens leitores.
Com a aprovação da Lei da Anistia, foi
re-integrado ao Ministério da Educação e convidado a dar aulas na graduação da
Faculdade de Letras e posteriormente na pós-graduação da Escola de Comunicação,
UFRJ. Obteve, da Universidade, os títulos de notório saber e alta qualificação
em História e de doutor em Comunicação e Cultura. Recebeu também, do Ministério
da Cultura, a comenda da Ordem do Rio Branco, por seu trabalho pela cultura
brasileira. Ainda exerceu os cargos de coordenador do Projeto da UNESCO “A Rota
dos Escravos”, presidente da Fundação Palmares do Ministério da Cultura e
subsecretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro.
Um de seus trabalhos mais recentes, o
livro “A história do negro no teatro brasileiro” (editora Novas Direções), une
algumas de suas áreas de interesse, ao tecer um panorama da presença do negro
nos palcos, desde o início da prática da arte cênica no país até os dias de
hoje.
Leia a matéria completa em: Morre historiador Joel Rufino dos Santos - Geledés http://www.geledes.org.br/morre-historiador-joel-rufino-dos-santos/#ixzz3l6614cpc - Follow us: @geledes on Twitter | geledes on Facebook
Lamento muitíssimo
a passagem do historiador e professor Joel Rufino. Tive aula de História do
Brasil com ele, quando estudei no cursinho de pré-vestibular Universitário, em
1976. Suas aulas eram excelentes e ele foi um dos grandes responsáveis por eu
ter me tornado historiadora. Estávamos ainda em plena ditadura militar e
lembro-me de que, entre nós, os estudantes, comentava-se, à boca pequena que,
na clandestinidade, o codinome de Joel era Pedro Ivo, líder da Revolução
Praieira de 1852, que ocorreu em Pernambuco. Na cantina do cursinho, comprei o
livro Quem fez a República? Era um livro de capa laranja e o título era na cor
branca. Infelizmente, perdi esse exemplar, mas tenho em mãos seu livro História
do Brasil: 2º grau. São Paulo: Marco, 1979, o qual me é útil até hoje. Que o
professor Joel esteja em paz.
Estamos carentes de
pessoas como Joel Rufino, que alia conheciment e, grandeza humana.Ainda bem que
a obra dele não morre.
QUE FALTA VAI FAZER
MESTRE JOEL RUFINO!
Cumpriu sua missão
com dignidade. Sua obra e seus exemplos ficam para a eternidade.
Perda irreparável!
Intelectual brilhante e coerente.
Trabalha na empresa PREFEITURA DE BH
Fará falta na
história cotidiana da nossa sociedade..
Obrigado pelo
''impecável legado''
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