O perfil do empreendedor negro no Brasil
Feira Cultural Preta irá expor trabalhos de foto e
imagem em um dos maiores eventos de cultura negra da América Latina
Foto: androphilia.tumblr.com
Juventude negra está seguindo uma mudança cultural
que vê forma de protagonizar uma transformação de alto impacto social e
econômico
A prática empreendedora vem crescendo no Brasil, sobretudo quando diz
respeito à população negra. Atualmente a maioria dos empreendedores são
mulheres que abriram seus negócios por oportunidade, contrariando a crença
geral de que as pessoas das camadas com menor poder aquisitivo procuram abrir
seus negócios mais por necessidade ou devido ao desemprego.
Praticamente metade dos empreendedores tem menos de 40 anos e, em
relação aos jovens, 75% deles estão empreendendo pela primeira vez e a maioria
com ensino superior completo/incompleto.
Há uma sinalização de que a juventude negra está seguindo uma mudança
cultural que ocorre de forma gradativa. Eles estão percebendo que o
empreendedorismo pode ser uma forma de protagonizar uma transformação de alto
impacto social e econômico.
A maioria dos negócios está na categoria MEI (Micro Empreendedor
Individual), nos setores de comércio, serviço, moda/vestuário, estética e
alimentação. Esses dados foram obtidos na Pesquisa Nacional Negro Empreendedor
realizada pelo Baobá – Fundo de Igualdade Racial em parceira com o
Instituto Feira Preta, em 2013.
Segundo a pesquisa, historicamente, o ato de empreender sempre esteve
presente no cotidiano de negros brasileiros. Muito antes da formação do
conceito de afroempreendedorismo, o negro empreendia como forma de
sobrevivência, por necessidade.
Hoje, o empreendedor negro ultrapassou as fronteiras da subsistência e
tem buscado aprimorar as suas habilidades e competências no que diz respeito à
sua atitude empreendedora. Cada vez mais, apostando na criação, abertura e
gerenciamento de seus próprios negócios.
Mesmo com a mudança do perfil empreendedor, o empreendedor negro ainda
enfrenta dificuldades como também sinaliza a pesquisa. Segundo o documento “são
públicos os fatores que dificultam o crescimento e fortalecimento do empreendedorismo negro, em larga escala, no país e
um dos principais entraves se deve ao racismo institucionalizado brasileiro”.
“Além deste, outras razões podem ser estão relacionadas às dificuldades
vivenciadas pelos negros no momento de empreender. O economista Marcelo Paixão,
em publicação eletrônica de 2013 – Os empreendedores afro-brasileiros: um
estudo exploratório a partir da MPE – , salienta que existem razões de ordem
geral; que seriam a falta de planejamento e de capacitação
administrativa/gerencial, a informalidade, a aposta em negócios de pouco
retorno, condições ocupacionais anteriores frágeis dentre outras”.
Em 2013, o Instituto Data Popular divulgou pesquisa apontando que
os consumidores negros, boa parte localizados na
chamada classe C, movimentaram cerca de R$713 bilhões ao ano. Mas, o estudo
também observou que existe demanda crescente e oferta insuficiente de produtos
e serviços para atender o perfil de um novo consumidor negro.
Um exemplo de sucesso de empreendedorismo negro é a Feira
Preta. Inicialmente realizada na Praça Benedito Calixto e reunindo cerca de 40
empreendedores, a Feira Preta hoje se transformou no maior evento de cultura
negra da América Latina.
Em treze edições, foram mais de 120 mil visitantes, que puderam
acompanhar aproximadamente 500 artistas e 600 expositores com diferentes
linguagens, expressões e produtos. O evento acontece no dia 13 de dezembro, no
Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, das 12h às 22h.
Leia a matéria completa em: O perfil
do empreendedor negro no Brasil - Geledés http://www.geledes.org.br/o-perfil-do-empreendedor-negro-no-brasil/#ixzz3tyflb6Lg - Follow us: @geledes on Twitter | geledes on Facebook
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