Quero falar aos negros gerentes, aos diretores negros
Exige o poderoso CEO do banco estrangeiro
E não compreende o silencio dos subordinados
Até agora não vira um negro como ele
E de viagem a maior nação negra fora da áfrica.
Afinal, cadê os negros chefes ou ao menos subordinados?

Passa dias e não vê mais negros, a reunião não é marcada.
Cadê os negros diretores, os chefes ou subordinados?

Convoca novamente a reunião
A verdade vem aos poucos, dura, fria:
- não temos diretores negros, chefes, subordinados
Neste país os negros não trabalham em bancos, a sociedade não aceita negros em bancos
É um soco no estômago do chefão negro, como pode?
Não tem leis, vocês não resolveram esta disparidade?
- os negros aqui não se formam, não estudam. Não temos negros em posição de chefia, na televisão, nas rádios, nos consultorias, nas mesquitas, igrejas, exercito, nada. Os suportamos apenas no pagode e futebol. Tudo isto com um sorriso de mofa.

O alto executivo não compreende a alegoria
E ri. Naquele momento, sem entender porque, sorri.
No intimo chora ao pensar na dor dos excluídos. Na conformação da dor dos negros e mestiços, daquela estranha nação negra.


A empresa que apresento neste texto, lamenta profundamente não poder citar todas por lapso de memória ou ainda porque não anunciam na grande mídia são RACISTAS. Não apenas descrevo e cito como acredito que os negros brasileiros tem que propor ações indenizatórias por danos coletivos contra estas empresas. Até mesmo antes de ir às armas: todas as armas possíveis para combater este capitalismo excludente e racista que insiste em permear nossa sociedade, relegando mais da metade da população ao ostracismo, a invisibilidade, ao esquecimento. A faxina social segue livre nestes pais de negros e índios. Mata-se o que não se vê. É esta a estratégia. Exortamos os não brancos brasileiros, a reduzirem o consumo destas marcas. Vamos ver se não sentirão falta de 56% de potenciais consumidores, deixando seus produtos de lado. PORQUE NA VERDADE QUANDO EXCLUEM OS NÃO-BRANCOS DE SUA PROPAGANDA, ESTÃO DANDO UM AVISO: NÃO NOS QUEREM COMO CONSUMIDORES DOS SEUS PRODUTOS. Vamos buscar alternativas de consumo.  O governo precisa atentar que, se quiser conter a violência no Brasil, tem que se preocupar com a VIOLENCIA EXCLUDENTE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS E INSTALADAS NO BRASIL. Esta exclusão, este desprezo pelas coisas e pessoas brasileiras, nos relega a um segundo plano e nos expõe sobremaneira a violência. É exclusão gerando exclusão e maldade, num perde – perde impulsionado e mantido pelo ódio.

O BOTICÁRIO
 – ideal de beleza europeu, desprezando totalmente, sequer com coadjuvantes, o povo que representa cerca de 60% da população dos pais continental, o Brasil. O Boticário deveria ser alijado da mídia brasileira. Os movimentos negros tem que questionar o sentido real da frase: porque beleza é fundamental, bordão citado a exaustão num ambiente apenas com pessoas de ascendência européia.

SADIA/PERDIGÃO
Peru, Chester e pessoas super brancas, na verdade pintadas de branco, a custa de cremes embranquecedores. Fazendo-os ficarem transparentes. Extremo mau gosto pela falsidade em relação ao natal brasileiro. Somos morenos, queimados de sol. São falsos e artificiais os comerciais da Sadia e Perdigão e todas as marcas que inundam a TV de felicitações. É o período que os brasileiros sofrem a maior exclusão de imagem. Precisa ser mudado, precisamos de maior exposição, mesmo porque tem a auto-estima, da qual carecemos tanto. As fábricas desta empresa vêm recorrentemente sendo impedidas pelo Ministério Publico do Trabalho por maus tratos aos empregados. Há fortes denuncias no Pará da comercialização de produtos vencidos. O governo precisa olhar de perto este conglomerado de proteína animal. São racistas e irresponsáveis.

P & G
Este aglomerado de marcas poderosas contraria aqui todas as obrigações sociais e legais que legalmente precisa cumprir nos Estados Unidos. Em todos seus produtos jamais foi contratado um modelo negro ou não branco. É impressionante doar um avião de prêmios no programa do Faustão e ignorar completamente seus consumidores brasileiros. Não somos apenas brancos, o Brasil é a segunda nação negra do mundo, prestem atenção. Com a força de seus produtos, podem avançar em muito a luta pela não-segregação aqui.

FRALDAS PAMPERS, apenas bebes brancos, de olhos claros, muito brancos. Que enorme e indignante maldade, selecionar bebes pela cor e traços étnicos para vender fraldas, a droga de um produto não sustentável e que, no seu pais de origem é obrigado por leis a incluir todos, aqui apenas reforçam a discriminação, a separação e a exclusão. A P E G com sua obtusa estratégia de entrar nos pais e dominar o mercado, utilizando a discriminação racial, a segregação aberta deste maldito e amado pais – nosso Brasil. E ainda tem coragem de falar que acreditam no natal, na mensagem inclusiva de Jesus Cristo. Representam em verdade o diabo.

COCACOLA
Os mesmos humanos, cujos ancestrais em comum corriam pelas savanas africanas atrás de comida e da morte (bicho) celebrando a vida e toda a historia, filosofia e ciências sociais separando os humanos em grupos, castas. O comportamento desta marca é totalmente distinto nos Estados Unidos e aqui. Lá respeitam a lei e colocam não brancos em seus comerciais. Aqui fazem questão de se mostrarem para a classe media alta, que consomem seu veneno. Ainda falam de uma política global, estes mentirosos. Coca cola viciante e racista.

CERVEJAS SCHIN – ITAIPAVA – SKOL - DEVASSA
Loura gelada. Esta ligação entre cerveja e gente loura já da o tom da discriminação. São produtos massivos que fazem imenso mal a saúde física e mental de todos e especialmente das pessoas de cor.  Impressionante como a Secretaria da Igualdade Racial não enxerga ou teme o poder econômico destes traficantes de consciência, talvez pelas volumosas cargas de impostos que recolhem. Avisam claramente que seu produto não é para o consumo de pessoas não brancas. Em nenhuma dessas marcas aparece sequer um colored. Maldade e escolha das agencias. O que move conceitos sociais são idéias. Então, vamos investir em idéias para sermos vistos na mídia. O Brasil nos deve isso.

BAUDUCO
Há anos não compro estas porcarias engordativas de natal. Estes bolos nojentos, feitos por racistas, não chegam a minha mesa. Alias não tenho fé neste natal de brancos, tão explicitamente colocado pela mídia contra nós, afrodescendentes. Incrível como avisam que não admiram a mensagem de Jesus Cristo, que apelava para a inclusão. O Cristo, ele mesmo um homem do deserto, portanto um não branco.

GLOBO – SBT – RECORD e TODOS OS CANAIS BRASILEIROS
Racistas. Em estética, atitude e objetivos explícitos. Precisamos de lei urgente para forçar a uma mudança de postura desse pessoal. Este isolamento dos não brancos pela mídia, como já disse traz apenas mais ódio, cansaço e desespero. Há um esforço grave na tentativa de esconder a matriz africana e indígena brasileira. Uma TV branca e européia não atende requisitos culturais de ninguém hoje no mundo. O país centro da mídia mundial – Estados Unidos tem sua lei de inclusão e aparentemente apresenta mais não brancos que o Brasil, um pais negro. Vamos pensar e mudar, antes das armas e da guerra entre irmãos.

LUCIANO HULK – ANGELICA – FAUSTAO
A bem da verdade, o esforço desta tríade contra a discriminação racial é louvável. Acredito nas razões pessoais deles e conseguem se impor e abrir mercado para artistas negros. Estão de parabéns e esperamos que a Venus Platinada não os impeça de semear a esperança. O que impressiona a todos que enxergam é como os atores brasileiros estão cada dia mais branquinhos. Estão quase transparentes e cada vez mais as novelas, os filmes tem mais atores brancos/transparentes. São os famosos cremes embranquecedores. O pior é que, a massiva utilização desses cremes criam mais barreiras a inclusão de artistas negros porque não desenvolve estudos para a transmissão de imagem de não brancos. É preocupante a ponto de ser proibido como tratamento estético, pelo seu conteúdo racial. De longe o canal mais racista é o SBT. Seu proprietário, certamente membro da Secretaria, usa seus poderosos recursos de imagem para excluir.


Estudo especifico – O BOTICARIO
Para esta indústria, cujos produtos são exclusivos do que seus proprietários entendem serem feitos par uma elite branca, de olhos claros e cabelos louros (nada contra) a diversidade de tipos humanos é apenas franca discordância ao descaso institucional de uma empresa que utiliza a historia e o trabalho de todos os povos que compõe o Brasil, ditar tão claramente: olha, não queremos vender para vocês. Jamais veicularam qualquer anuncio ou modelo, fora do padrão europeu, da estética anglo-saxão, do belo, do perfeito. Parece que Caetano terá, para sempre, razão: o macho adulto, branco, sempre no comando...

Mas justamente estas empresas ou pessoas, são cínicos o bastante para se defenderem, não somos racistas. Ora, todos são em maior ou menor grau, racistas. Ter pele clara neste pais não significa ser branco. O Brasil é uma mistura fantástica e certamente esta mistura é nossa vantagem competitiva.

A ORIGEM DO MAL

NUNCA soubemos enfrentar o discurso que permeou a expansão marítima européia. Este discurso rasgou e encobriu a verdade  histórica contida no processo civilizatório referente aos povos africanos, como os egípcios e os asiáticos, assírios, caldeus e outros. Sua espetacular saga histórica  de  realizações foram ignoradas pelos pensadores europeus. Naquele momento, a Europa convergia para a compreender a dimensão de suas conquistas mundo afora, Américas, Índias, China. principalmente as Américas, vasto campo a dominar. Medir a quantidade de braços para os trabalhos diante da recusa dos habitantes em se submeter, leva seus pensadores a introduzir  o conceito de raça e produção.

Naqueles primórdios vemos o pensamento econômico, em conjunto com a religião, buscar justificativas em caráter natural para a reação das pessoas frente ao trabalho. De quem eram as descobertas e o resultado delas?  Quem iria transformar tanta riqueza em capital e lucro?

Ora, historicamente o forte dominava o mais fraco. Não era uma questão racial apenas, eram as habilidades para a autodefesa e o armamento a disposição que ditava quem era o senhor ou quem era o escravo. Mas agora, com tantas novas riquezas a disposição e por um custo menor que a guerra, seriam necessários novos argumentos para a dominação. Então surge, o discurso do merecimento pela raça. Esta visão do negro escravo, dominado, fora então criada e reforçada  por todas as escolas de pensamento europeu. Havia um continente inteiro, milhões bem ali, sem arma de fogo, sem estrutura social combativa.  Braços fortes e mentes dóceis, passíveis de dominação e escravização. Repetindo, inclusive o pensamento religioso, a bíblia à frente, com novas interpretações e incitamentos.  Um povo que descende do filho amaldiçoado de Noé, não merece compaixão. Ao se tornarem escravos, pagam o tributo do pecado eterno. Infelizmente até hoje há pessoas que pensam assim. O pastor Feliciano, deputado federal do Brasil. E na Comissão de Direitos Humanos da Camara.   

Este mito religioso, onde se assenta o pensamento sociológico e econômico dos idealistas europeus serviu como sustentáculo para a escravização do povo africano e o ressurgimento e reforço do racismo humano.

Principalmente agora, com o advento da expansão marítima européia e a rápida acumulação de capitais devido a aplicação de novas técnicas de navegação. Novas e infindáveis, porções de terra, mercadorias livres e de ninguém, riquezas ao infinito, cujo trabalho maior era sua retirada  e preparação básica para o consumo.
Uma nova situação, em que logo se percebe, faz-se mister uma nova mercadoria, transformadora:  rara e necessária,  braços e mentes para a produção.  Esta questão emergente teria apenas uma solução. Os mercados estavam abertos, rotas estabelecidas, mercadorias teriam de ser produzidas, plantadas, colhidas e transformadas. De quem seria a mao de obra para tantas transformações e trabalho?  O que se estava pensando na Europa desde os primeiros escritos de Locke, do cientificismo de Kant e a razão de Nietzsche, nos luminares de Montesquieu, Voltaire estariam norteando e justificando o desenvolvimento comercial, a maximização do lucro e o domínio do forte sobre o mais fraco. A milenar historia africana e asiática estão neste momento  sendo substituída e ignorada  para o surgimento e sistematização desse pensamento,  num reencontro de compreensões e analises parado no tempo dos gregos pré-socráticos.

Assim fizemos o racismo prevalecer nas relações ocidente x oriente e ocidente x ocidente. E no Brasil, onde todos se encontraram, o racismo encontrou seu lar e sua ação silenciosa e terrível.